sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Entrevista com o diretor do filme "Irã, um Brado de Fé", Joseph Hovsepian
Joseph Hovsepian nasceu em 1973 no Irã. Ele começou filmando e editando um evento aos 17 anos, e finalmente se interessou e encarou o desafio de entrar no campo do cinema. Depois do martírio de seu pai em 1994 no Irã, dirigiu seu foco para filmes com temas espirituais. Joseph estudou Cinema e Filmagem na escola de Arte Guildford, na Inglaterra, e desde 1998 trabalha integralmente produzindo e dirigindo filmes.
Logo após imigrar para a Califórnia, em 2000, Joseph Hovsepian fundou a JFA Produções (Joseph Film & Animation, LLC) e tem produzido desde então projetos independentes e trabalhos marcantes para TV e estações a cabo.
Por que você escolheu contar a história de seu pai por meio de um documentário em vez de criar um filme biográfico com a encenação de sua vida e martírio?
O documentário é mais real. E, em nosso caso, tínhamos muitos materiais de vídeo da vida de meu pai e sobre a situação no Irã; foi a melhor escolha. Com um custo sensato, foi também adequado para o nosso orçamento. Todavia, espero que um dia eu tenha a oportunidade e o orçamento para produzi-lo seguindo as características de filme.
O que você ganhou criando um documentário que seria perdido num filme biográfico? Que mensagem ou informação o formato de documentário permite transmitir?
Testemunhos e entrevistas permitem que o documentário tenha uma ampla perspectiva de dimensão, cultura e globalização. O mais importante é que o documentário pode descrever melhor a real característica de meu pai, Haik Hovsepian, dando oportunidade à plateia de encontrar um verdadeiro herói e observá-lo em cada parte da historia, até seu martírio.
Através desse documentário, o espectador pode ouvir sua voz, cantando, e seu amor pela família, amigos e inimigos. Então, não poderiam existir dúvidas na mente do espectador sobre o modo como o ator está retratando o verdadeiro Haik Hovsepian.
A Cry from Iran foi filmado em cinco países diferentes e seis estados nos Estados Unidos. Quantos dias foram necessários para a filmagem?
Nós gastamos mais de dois meses filmando e viajando pelos Estados Unidos e demais locais de filmagem, exceto o Irã. Os clipes do Irã ocorreram dentro de um longo período de tempo, anos antes de iniciarmos a edição do filme. Alguns desses clipes foram trazidos para os Estados Unidos por nós mesmos, e alguns foram enviados mais tarde.
Como foi reviver e filmar os eventos que envolveram o assassinato de seu pai? Houve momentos em que você e seu irmão sentiram que não seria possível dar continuidade ao projeto?
Como eu compartilhei no documentário, ver meu pai totalmente ensanguentado deixou-me em choque, como uma foto na minha mente que causou efeitos por longo tempo. Mas sempre confiei que o Espírito Santo é o poder que ajuda a superar qualquer coisa, mesmo as piores tragédias. Na noite antes da filmagem do martírio, eu estava nervoso, mas dediquei mais tempo orando e focando nos resultados que o filme poderia ter. Eu olhava para o futuro mais do que para o passado.
No dia de filmar a cena do assassinato, quando o responsável pela maquiagem estava preparando a camisa ensanguentada nas cicatrizes de faca e golpes no corpo, eu de repente percebi que meu irmão André Hovsepian sumiu. Eu procurei por ele, e alguns minutos mais tarde o encontrei no banheiro com lágrimas nos olhos. O ator que fez o papel de meu pai naquela cena era exatamente como ele. E a maquiagem foi cuidadosamente preparada para ser fiel às contusões que ele sofreu, cicatrizes e golpes conforme as fotos originais do assassinato. Era como se nós tivéssemos visto o martírio de meu pai naquele momento, diante dos nossos olhos.
Assista o trailer do filme Irã, um brado de fé
*Leia a entrevista completa no portal da Missão Portas Abertas clique aqui
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