Com um título polêmico o curta metragem de 15 minutos "Jesus era comunista", em inglês "Jesus was commie" recebeu uma enorme crítica americana, pontuando 7.8 em uma escala de 1 a 10 no site IMDb. A produção do diretor e ator Matthew Modine, ainda não está sendo comercializada, mas já foi selecionado em dez festivais espalhados nos EUA e Canadá.
De acordo com o diretor o filme propõe uma discussão sobre a pobreza, poluição e política no contexto do
Novo Testamento. “Embora o título seja propositadamente provocativo, é
importante às pessoas entenderem que o filme não é um ataque a Jesus ou à
fé cristã e nem mesmo uma apologia ao comunismo. Trata-se de um filme
com uma mensagem muito positiva, de responsabilidade e de esperança”,
defende-se Modine.
O site do filme traz uma declaração sobre os ensinamentos de Jesus e a
proposta do filme para o mundo atual: “Sua revolução implicava em uma
mudança dramática na forma como as pessoas pensavam. O pensamento
progressista e liberal de Jesus se espalhou por todo o Império
dominante. Sem exército e sem armas, Ele levou as pessoas a uma nova
direção e uma forma mais humana de pensar, com sua filosofia de amor e
perdão. Estas são as ideias defendidas neste exato momento pelos
protestos em Nova York e por milhares de norte-americanos em todos os
Estados Unidos”.
Alguns veículos de notícias compararam o debate com a fase inicial da
igreja cristã, que pregava a igualdade entre as pessoas e ajudou a
desmanchar as hierarquias impostas pelo Império Romano, que ocupava
Israel na época. Os sites cristãos que atacaram o filme e os protestos,
afirmam que a revolução proposta no Ministério de Jesus não se tratava
de acabar com a desigualdade social.
Na cerimônia de lançamento do filme, Matthew Modine afirmou que o
movimento que protestava por mais igualdade social era um movimento
autêntico e comparou as ideias do movimento com a história de Jesus: “O
movimento “Ocupar Wall Street” não tem uma só voz, um líder. Essa é uma
extraordinária demonstração de liberdade civil e de democracia. Mas acho
que se houvesse um homem barbudo, de pés descalços falando sobre paz,
liberdade, amor e virasse a mesa dos especuladores de Wall Street, ele
seria crucificado pela mídia. O prefeito exigiria sua prisão! [Alguns
meios de comunicação] iriam incitar o ódio contra ele e declará-lo uma
ameaça para o capitalismo”.
De origem familiar religiosa, Modine explica suas preocupações e o
motivo de seu filme-protesto: “Estou preocupado com os eventos que
ocorrem em todo o mundo. A população chegou aos 7 bilhões. Existe muita
fome no mundo. Há escassez de água potável. A poluição ameaça o
meio-ambiente. Vemos os desastres dos resíduos nucleares. Mudanças
climáticas em todo o mundo… Há tanta confusão, culpa e falta de
responsabilidade no mundo de hoje. Muitas guerras e assassinatos usam
como justificativa o nome de Deus. Não foi isso o que Jesus ensinou”.
Em um trailer exibido durante o lançamento, uma citação do Teológo e
Bispo Católico brasileiro, Dom Helder Câmara reforça o argumento do
filme: “Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu
pergunto por que os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista”.
Dom Helder Câmara, que faleceu em 1999, foi um árduo defensor dos
direitos humanos durante o regime militar no Brasil, e era acusado por
setores da Igreja Católica de se inspirar nos princípios do marxismo,
movimento considerado pela própria igreja como anti-cristão.
Assista o trailer do filme Jesus era Comunista (sem legendas)
Fonte: Gospel+/Cinema Cristão
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