Resenha do filme Brincando nos Campos do Senhor (crítica)

O longa metragem Brincando nos Campos do Senhor é uma produção brasileira e americana, dirigida pelo judeu argentino naturalizado brasileiro Héctor Babenco. Não se trata de um "filme gospel", todavia a sutileza e a forma no qual ele abortou as missões evangélicas foi muito respeitosa e leva a reflexão sobre o papel dos missionários, o papel do governo na questão indigena.

O filme conta a história de um grupo de missionários evangélicos americanos que viajam até a amazônia brasileira com o intuito de evangelizar os indios, o primeiro casal fica nas comunidades ribeirinhas, onde tenta servir as pessoas, o segundo casal que acaba de chegar vai além e entra em contato com os índios, ocorre que sua esposa não está preparada para viver com os indigenas, já o missionário pela sua formação sociologica já entende melhor a mente dos indios e tem um amor muito grande  por eles, eles também possuem um filho pequeno. No decorrer da história existem também um coronél que quer matar os indios e pede ajuda de mercenários, devido o conflito da terra.

O filme é uma verdadeira lição de antropologia indigena, além de apontar alguns erros comuns no envio dos missionários para povos não alcançados, como falta de conhecimento sobre eles, falta de preparo em lidar com as diferenças socioculturais e falta de amparo psicologico para lidar com a solidão. O filme também toca no assunto sensível sobre a forma de dialogar com as missões católicas.

A produção é impar, possuí um belo cenário, ótimos atores, excelente trilha sonora que inclusive foi indicado para o globo de ouro, além da bela fotografia. Excelente indico para missionários, cristãos que se interessam por missões transculturais, mas  lembrando que o diretor não é cristão, muito embora tenha sido cuidadoso ao mostrar várias faces dos evangélicos, seja pela tolerância de uns e intolerância de outros, seja pelo conflito sobre a terra.

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