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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Resenha do filme O Apocalipse (crítica)

O filme O Apocalipse traz ao espectador uma reflexão profunda do quanto somos falíveis, orgulhosos e, no final, nada somos. Dirigido por Vic Amstrong, a história tem como base a série de livros Deixados para Trás (que começou a ser publicada em 1995), escritos por Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. O foco do filme foi o início do Arrebatamento, quando crianças e cristãos salvos somem em um piscar de olhos. Eles são arrebatados e desde então, o caos se instaura, com carros em que os motoristas foram arrebatados desgovernados e acidentes por todos os lados. O fim dos tempos mesmo.

O filme traz a história central de Rayford (Nicolas Cage), um piloto de avião que tem o trabalho em primeiro plano, deixando para trás sua família sem se importar com o que sentem. Sua esposa Irene (Lea Thompson) se converteu ao Cristianismo há cerca de um ano e desde então, seu relacionamento com o marido e com a filha mais velha, Chloe (Cassi Thomson) começou a ficar conturbado, pois eles não aceitavam sua conversão. Rayford tem um caso com uma aeromoça e Chloe descobre, ao ir para o aeroporto fazer uma surpresa para o pai no dia de seu aniversário, achando que iriam fazer uma festa surpresa. Mas ao chegar lá, descobre que o pai ia pilotar um vôo para Londres.

No aeroporto, Chloe conhece o famoso - e charmoso - jornalista Buck (Chad Michael Murray), e fica um clima no ar. Literalmente no ar, pois Buck entra no mesmo vôo que Rayford está pilotando. E, a partir de então, os personagens são introduzidos na história, um a um, cada um com suas peculiaridades. Percebe-se o hábil cuidado para escolher cada personagem que estava no avião.

Simultaneamente, na terra, Chloe encontra com sua mãe e seu irmão. Chloe sai com o irmão e repentinamente, ele some. Quando volta para casa, sua mãe também não está lá. E então começa sua peregrinação sozinha e tentando falar com seu pai, em meio ao caos que se tornou Chicago, o local onde eles vivem. Assim, o filme se desenrola entre o céu (no avião) e a terra. E o final é surpreendente.

Entre o elenco, destacam-se: Nicolas Cage, que dispensa apresentações; Lea Thompson, mãe de Marty McFly na série de filmes De volta para o Futuro; e, Chad Michael Murray, ator de A Nova Cinderela e A Casa de Cera. Nem precisa dizer que a atuação é realista e nem um pouco teatral. Uma curiosidade a respeito de O Apocalipse é que Jerry B. Jenkins foi co autor do filme, o que tornou os fatos o mais parecido possível com o que estava no livro.

A narrativa mistura ação, suspense, ficção e fatos narrados na Bíblia. E o resultado de tudo isso foi um filme equilibrado, sem exageros ao falar da Bíblia e o mais próximo possível de nossa realidade, dos fatos corriqueiros que todos nós passamos em nossas vidas. Um filme extremamente bem produzido, bem pensado e bem feito, tanto em seu conteúdo, quanto em seus efeitos.

Por ser um filme predominantemente de ação, conta com efeitos muito bons, principalmente nos momentos aflitivos dentro do avião em pleno vôo quando houve o arrebatamento, bem como com os que estavam na terra, em meio ao caos instaurado. A trilha sonora é ótima, sincronizada com os acontecimentos. E o diálogo é marcante também, o que faz com que o espectador reflita sobre tudo que está sendo falado.

A série de livros aprofunda bastante no assunto, narrando passo a passo dos sete anos de tribulação, após o arrebatamento. Já o filme, foca o momento do Arrebatamento e seus desdobramentos iniciais. No filme Deixados Para Trás, lançado nos anos 2000, a história é um pouco diferente, mas o contexto o mesmo. Há diferença na produção também, pois nessa do O Apocalipse, gastaram cerca de US$ 15 milhões, o que resultou em uma produção espetacular.

Com relação à história dos dois filmes, em Deixados para trás, o aniversário é do filho do piloto e não do piloto como no atual, o jornalista não se interessa por Chloe já no início do filme e no aeroporto e o arrebatamento é mostrado com menos emoção do que em O Apocalipse. Em ambos os filmes o pastor de Irene, Bruce Barnes (Lance E. Nichols) fica no arrebatamento e ajuda Chloe a entender o que aconteceu, através de evidências que estão na Bíblia.

Quem nunca parou para pensar a respeito do fim do mundo? Mesmo os mais céticos talvez já tenham tido momentos de reflexão a respeito do Arrebatamento, do Anticristo, e de tudo mais que o livro da Revelação (Apocalipse), da Bíblia, nos mostra através da inspiração de João, um dos discípulos de Jesus, bem como outros livros da Bíblia, como Daniel, Ezequiel, Mateus, Marcos. Ou seja, contra fatos não há argumentos, contra o que está escrito na Palavra de Deus, não há contestação.

O filme faz com que paremos para pensar a respeito dessa profecia e que procuremos aprofundar mais o nosso conhecimento a respeito disso, através da leitura da Bíblia, de estudos de escatologia e até mesmo da leitura da série Deixados para Trás (Left Behind), que conta com 16 volumes de livros e dos filmes Deixados para Trás 1,2 e 3, também baseados na série. De acordo com o site Adoro Cinema, até 28 de outubro, o filme, que estreou no último dia 23, já teve 129.708 espectadores somente no Brasil.

Sem dúvida saímos da sala de cinema com as indagações: E se isso acontecer quando eu ainda estiver vivo? Como será? E sem dúvida, nos incentiva a pesquisar mais a respeito do tema. É muito real!

Por Raquel Salema, colunista do cinecristão.com

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