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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Crítica de Êxodo: Deuses e Reis

Antes que as pedras sejam lançadas, confira abaixo a crítica do diretor e cineasta Cleiton Schneider quanto ao filme Êxodo: Deuses e Reis, lançado ontem (25/Dez) nos cinemas do Brasil.

REVIEW:
  • Por favor, não vá ao cinema buscando um estudo bíblico! Você irá se frustrar. Cinema é uma arte e não um púlpito engessado de pregação... existem 3 dimensões na apresentação de um filme: Narração, Interpretação e Produção áudio/visual... Em um púlpito ou na própira bíblia existe apenas "1" dimensão, você quem cria em sua mente as outras 2 de acordo com sua capacidade de imaginação.
  • Não espere que o filme te agrade em termos de similaridade com a bíblia... Mesmo o mais exímio teólogo do mundo, como diretor, teria dificuldades em seguir um script baseado literalmente na bíblia... Cinema é uma arte e como "arte" necessita de liberdade para expressar-se de forma artística e cativante com criatividade em sua interpretação...O diretor necessita de liberdade artística para dar vida/dimensão à sua visão e interpretação do script em pauta.
  • Quem dirigiu o filme foi um agnóstico (Neutro quanto à existência de Deus) Ridley Scott (diretor de Gladiador) ... Não foi dirigido por um teólogo ou alguém com viés espiritual em seu currículo (sou grato por isto para que se mantenha a naturalidade de sua interpretação como diretor e não seja tendencioso)... Aqui vemos o quanto Deus em sua imensidão e sabedoria pode utilizar qualquer ser humano para cumprir sua agenda na pregação do evangelho e promoção de Seu reino... Ele não está limitado/sujeito aos "cristãos especializados" em cinema...
  • Antes de você criticar o filme ou acusá-lo por não atingir suas expectativas coloque sua mão na consciência e responda a si mesmo 2 perguntas bem simples: Quando foi a última vez que você apoiou o desenvolvimento da arte em sua igreja? Quer seja motivando ou investindo em profissionais com conhecimento específico/apropriado para educar e apoiar a igreja? Quando foi a última vez que você criticou a forma como a bateria era tocada em sua igreja e fechou sua mente para entender a mente de um artista e entender como seu mundo funciona?? Vejo o lado artístico de nossas igrejas sendo esquecidos e pouco apoiados pela falta de visão e investimento nesta direção... em todos os aspectos artísticos... Sei que existem pessoas com visão e mente aberta na obra, mas como gostaria de ver estas pessoas na direção e liderança... de forma a ampliar os horizontes artísticos...
  • A igreja, como um todo (incluo aqui todas organizações cristãs), não tem o direito de julgar ou criticar este filme, uma vez que a igreja não prepara nem investe em profissionais qualificados para que entendam e dominem esta arte de forma profissional e abrangente. A Igreja não tem autoridade para avaliar uma arte que ela não domina e pelo contrário, em muitos casos: Abomina.
  • Ridley Scott é um dos meus diretores favoritos e continua sendo. Amei o filme como um todo... Produção, interpretação, atuação e resolução e creio que irá agradar a maioria pela sua qualidade e criatividade na abordagem...

Pela fé e não pela presunção almejo um dia como diretor poder chegar aos pés de um grande profissional como ele. Ridley tem todo meu respeito. Minha nota é 8.5.


Cleiton Schneider estuda Cinema na FullSail University, uma das melhores faculdades de cinema, com milhares de alunos que hoje trabalham nos grandes filmes e franquias de Hollywood.

4 comentários:

  1. Uma coisa é visão artística, outra é mexer tanto em um texto original ao ponto de quase ser outra historia... se não vão seguir o que já esta escrito em detalhes na Bíblia, não deveriam nem tentar fazer o filme!! Precisava trocar o cajado de Moises por uma espada no filme inteiro?? Precisava fazer Deus parecer como um menino?? Acho que não... Assistam o filme Os Dez Mandamentos, especialmente se ainda não viram, que vão ganhar mais! A geração passada de Hollywood respeitava mais os textos Bíblicos....

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  2. Certamente quando se trata de uma produção de cinema é necessário avaliar o quesito artístico, mas, querendo ou não, a partir do momento que se utiliza de um texto bíblico em uma abordagem artística se faz necessário, no mínimo, a coerência quanto à origem da história, assim como o filme Noé, teria sido melhor apresentar como outra proposta, diferente da história cristã. Não se conta a história de alguém alterando sua essência e/ou fundamentos.

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  3. Discordo! Cecil B. DeMille fazia filmes bíblicos muito fiéis a Bíblia. Não venha me dizer que o cinema, em nome da arte, seja INCAPAZ de contar uma história, porque a História pode ser contada com arte e beleza para, afinal, divertir!
    Abordagem artística nao tem nada a ver com distorçao temática.
    Aliás, Hollywood faz filmes extraordinários, mas quando se trata de temas bíblicos, existe uma tendencia natural pela distorção. Antes nao era ssim, pois a populaçao religiosa era quase total, hoje nao mais, e por isso prevalece o apelo comercial simples, mesmo com produçoes milionárias.

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  4. Discordo! Cecil B. DeMille fazia filmes bíblicos muito fiéis a Bíblia. Não venha me dizer que o cinema, em nome da arte, seja INCAPAZ de contar uma história, porque a História pode ser contada com arte e beleza para, afinal, divertir!
    Abordagem artística nao tem nada a ver com distorçao temática.
    Aliás, Hollywood faz filmes extraordinários, mas quando se trata de temas bíblicos, existe uma tendencia natural pela distorção. Antes nao era ssim, pois a populaçao religiosa era quase total, hoje nao mais, e por isso prevalece o apelo comercial simples, mesmo com produçoes milionárias.

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