Em sua reta final, a 19ª edição do Festival do Rio encerrou na noite de quinta a seleta de filmes nacionais em competição em sua Première Brasil, mas reservou em seu cardápio uma iguaria brasileiríssima inédita, centrada na superação de dilemas sociais, para a noite desta sexta: A Última Chance.
Dirigido por Paulo Thiago (Doidas e Santas), o longa-metragem – com projeção às 19h de hoje (dia 13), no Estação NET Botafogo – põe o galã da atual novela das 21h, Marco Pigossi, na pele do lutador Fábio Leão, ex-presidiário, com histórico de 20 anos de crime, que virou bamba do MMA e passou a lecionar artes marciais. O filme dá um mergulho na Vila Kennedy, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro pouco retratado nas telas.
"Neste momento em que o Brasil está tão ferrado, repisar as nossas incapacidades é algo que me deixa muito descontente, pois todo mundo para de enxergar saídas, soluções", diz Paulo Thiago, diretor mineiro na ativa desde os anos 1960 e conhecido por filmes como Sagarana, o Duelo (1973). "O Fábio é um cara que deu a volta por cima e a partir de uma solução bem comum: o ensino. É isso o que me levou a querer filmar sua trajetória. Não é alguém que vence pelo esporte... Não é um Rocky, um Lutador. É alguém que vence pelo estudo. Esta é uma história sobre um Brasil que dá certo".
Em 2015, Leão voltou a ser detido por porte de arma. Mas a prisão foi cerca de controvérsias acerca do passado do lutador. Ele começou com furtos, aos 9 anos, e, aos 17, virou uma liderança do tráfico carioca, envolvido com clonagem de carros. Na prisão, ele muda de vida, convertendo-se a um credo evangélico e iniciando seus treinos para lutar e lecionar.
"Fábio passou por várias prisões até chegar a Bangu 1, num ambiente barra pesada, até que começou a treinar. O filme é sobre essa virada”, diz o cineasta. "A luta foi filmada com o máximo de cuidado pois, de fato, cinematograficamente, é algo de muito expressivo. Mas o foco não é o esporte e sim a virada que ele dá".
Fonte: Omelete Uol
Fonte: Omelete Uol
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