Quando
um bilhão de pessoas ao redor do globo terrestre misteriosamente desaparecem e
o caos começa a engolir a humanidade, a determinada jovem de 15 anos, Gabby
Harlow é obrigada a se tornar uma adulta muito precocemente, então ela junta
forças ao lado de sua irmã caçula Claire e dois rapazes no qual brigam pela sua
atenção, Josh e Flynn, para tentar descobrir o que aconteceu e também
aprenderem a lidar com esse novo e perigoso mundo.
Primeiro
filme da saga Deixados Para Trás (Tim LaHaye, Jerry B. Jenkins, 1995) sem
a produção dos irmãos Paul e Peter
Lalonde, responsáveis pelas quatro adaptações anteriores: Deixados para Trás (Vic Sarin, 2000), Deixados para Trás II: Comando Tribulação (Bill Corcoran, 2002), Deixados
para Trás III: Mundo em Guerra (Craig
R. Baxley, 2005) e O Apocalipse
(Vic Armstrong, 2014). Desaparecidos: Deixados Para Trás, a Próxima Geração é baseado na série adolescente de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, intitulada Deixados Para Trás: Teen (Jerry B. Jenkins,
Tim LaHaye, Chris Fabry, 1997).
O
filme não é uma adaptação dos livros, mas baseado nos mesmos. Então, a história
de Desaparecidos: Deixados Para Trás, a Próxima Geração segue seu próprio caminho em um
mundo dominado pelo anticristo. Contudo, personagens icônicos da saga aparecem
neste primeiro título adolescente como o pastor Bruce Barnes e o anticristo
Nicolae Carpathia.
O enredo centra-se no Arrebatamento. Quando
os salvos são chamados ao Céu, o mundo mergulha em caos e a jovem Gabby e sua
irmã caçula Claire perdem sua mãe e precisam encontrar o pai desaparecido. No
meio do caminho, elas são resgatadas pelo melhor amigo de Gabby, Josh e o
menino de rua Flynn, que salva Claire de bandidos.
Tecnicamente o filme está bem bonito
e produzido, o longa-metragem não arrisca muito em efeitos especiais e opta por
mostrar um mundo abandonado e repleto de pessoas desaparecidas. Um bom recurso
uma vez que o orçamento não foi grande. Então, o longa entrega um trabalho bem
feito tecnicamente.
Apesar das qualidades à nível técnico, Desaparecidos: Deixados Para Trás, a Próxima Geração é pouco envolvente e emocional. O
elenco de jovens é bom, mas não expressa qualquer maior emoção com o que está
havendo com o mundo a sua volta. Personagens vitais na vida dos protagonistas
são mortos (e alguns de modo bem estúpido), e o grupo de sobreviventes não
expressa qualquer grande sofrimento por isso. Falando em grupo de
sobreviventes, o quarteto de herói ora encontra e ora abandona outros
sobreviventes sem mais nem menos, o que gera uma tremenda falta de continuidade
(e bom senso) ao enredo.
Desaparecidos:
Deixados Para Trás, a Próxima Geração é claramente influenciado
pela atual onda de distopias adolescentes no cinema e na literatura como Jogos Vorazes (Gary Ross, 2012), Divergente
(Neil Burger, 2014) e Maze Runner (Wes Ball, 2014), bem como possui fortes influências da história em
quadrinhos e série televisiva de terror The
Walking Dead (Robert Kirkman, Frank
Darabont, 2010). O vilão Damon, por exemplo, é uma clara representação ao
Governador da série de zumbis da AMC,
inclusive fisicamente parecido com o personagem criado por Robert Kirkman e interpretado pelo ator britânico David Morrissey.
Outro
ponto negativo e sem explicação foi logo no início do Arrebatamento. Gabby
discute com a mãe minutos antes de Deus levar os fiéis para o Céu e ela sequer sente
remorso isso. O expectador pensa que a personagem iria se torturar mentalmente
pelas últimas palavras ditas a sua mãe terem sido de rebeldia, mas não, ela
simplesmente segue a vida interessada nos meninos que estão a acompanhando.
Sério mesmo, gente?
Se tem algo muito bom e que merece vários
elogios em Desaparecidos: Deixados Para
Trás, a Próxima Geração é a trilha sonora. A trilha instrumental ambiente é
bem sutil e em algumas partes inexistente, todavia, as músicas escolhidas são
muito bonitas e sem encaixam aos momentos de vida dos personagens. O cantor e
compositor cristão Ben Rector marca
presença no filme com lindas canções como "Beautiful" e "Like
the World is Going to End". E a cantora indie cristã Lauren Daigle
destaca-se com "Come Alive (Dry Bones)".
O longa-metragem termina fazendo uma enorme
ponta para uma possível sequência. Seria interessante ver uma continuação desta
versão teen de Deixados para Trás, porém há muito a ser desenvolvido se o filme
deseja alcançar o patamar das séries de Suzanne
Collins e James Dashner.
Leia a ficha técnica, assista o trailer (clique aqui)
Que
a Força esteja com vocês!
Karen
K. Kremer
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