O mundo cristão ocidental, principalmente o evangélico, sempre teve curiosidade para conhecer mais sobre o judaísmo e o povo judeu, seja porque algumas correntes do apocalipse possuem a crença que Israel é o relógio de Deus, ou pela aproximação da nossa fé, com a antiga aliança, Israel.
O canal da Netflix lançou em sua plataforma 3 séries ficcionais que apontam familias judias ultraortodoxas, seus rituais, festas judáicas como a do dia do perdão, bem como a vida comum dos judeus e seus dilemas, conheça:
Nada Ortodoxa
A comunidade hassídica de Nova York é também o tema e o contexto de Nada Ortodoxa, misto de série dramática e documentário. A narrativa conta a trajetória de Esty Shapiro, da já mencionada comunidade hassídica chamada Satmar, na região conhecida como Williamsburg, no Brooklyn, em Nova York. A comunidade Satmar foi fundada por judeus provenientes da Hungria. Em casa eles falam em iídiche, a curiosa língua que é uma mistura de hebraico com alemão, e quando saem falam em inglês. Esty Shapiro é o nome fictício, pois a história é inspirada nas memórias de uma judia chamada Deborah Feldman. A narrativa televisiva mescla cenas “no presente” e flashbacks com as memórias de Esty. Conforme depoimentos do making off da série, os flashbacks são reais, e as cenas “do presente” são inteiramente fictícias. Na série, Esty vai para Berlim, onde conhece um grupo de jovens músicos e literalmente descobre o mundo, pois é a primeira vez que sai da comunidade onde fora criada. Há que se destacar a ótima interpretação da jovem atriz israelense Shira Haaz, que faz o papel de Esty, e a reconstituição minuciosa e detalhada do cotidiano dos judeus de Satmar. Em síntese: Nada Ortodoxa é a história de uma jovem que tem coragem de romper com as regras severas, algumas vezes draconianas, de uma comunidade extremamente fechada em torno de si mesma, e das lutas travadas para, com coerência, assumir as conseqüências da decisão de ter nas próprias mãos, e não nas de outrem, as rédeas da vida.Shtisel
A série Shtisel é falada inteiramente em hebraico; de vez em quando conseguia entender um boquer tov (“bom dia”), todah (“obrigado”), bevakashah (“por favor”), lo (“não”) e, claro, shalom. Shtisel é uma narrativa do cotidiano da família que dá título à série: Shulem Shtisel é um rabino sexagenário viúvo que tem dois filhos e duas filhas, e mora com o caçula, o único solteiro. Ele tem a mãe idosa, que vive em uma casa para anciãos, e sempre a visita. Normalmente, toda e qualquer história é estruturada em torno de um problema que se precisa resolver. Porém, em contraste com este modelo universal e perene de narrativa, Shtisel simplesmente mostra os dramas e acontecimentos do dia a dia, ora de Shulem, ora de sua mãe, ora de um filho, ora de outro, ora de uma filha, ora de outra, o que deixa a série um tanto cansativa. Neste sentido, não faz diferença se uma temporada tem dez episódios ou cinquenta. É interessante ver as cenas de rabinos estudando comentários à Torá em uma yeshivá, o correspondente judaico de um seminário teológico cristão. Os personagens da série não bebem um copo d’água sem primeiro fazer uma prece de gratidão, e não entram em lugar nenhum sem primeiro tocar na tefilá, um pequeno cilindro contendo um rolo com um texto minúsculo da Shemah, a principal prece judaica, baseada em Dt 6.4-9.
Diamantes Brutos
Texto adaptado do portal Ultimato (www.ultimato.com.br)
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